segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Pílula do dia seguinte

 A maior demonstração de remorso, e que não pode ser chamada de arrependimento, é o uso da chamada pílula do dia seguinte para um adolescente abrasado.. É ficar com a parte "boa" do pecado. É a renovação do pacto com a libertinagem. Tinha um professor que dizia que pecado é só quando alguém descobre. Que disparate! Mas é assim que muita gente se comporta, fazendo da loucura, princípio de vida.

 A "pílula do dia seguinte" é considerada pela medicina como um método anticoncepcional de "emergência", que impede a implantação do embrião no útero da mãe. Portanto, é a tentativa de matar, o que não deveria ser gerado (pelo menos não naquele momento),  é interromper o que aconteceu "naturalmente" mas que não deveria ter acontecido "tão naturalmente assim".

Contudo, se fosse apenas um problema "adolescente", não era tão complicado quanto na verdade é, pois ataca novos e velhos que preferem adiar uma confrontação franca consigo próprio. Até quando vai mentir? Até quando vai adulterar? Até quando vai perder o controle? Até quando não for apanhado, e "se" for. Enquanto não houver implicações sérias, o barco segue até que chegue ao "cabo das tormentas".  A grande verdade é que fazemos determinadas coisas que sabemos que são erradas, mas não paramos enquanto não sofremos consequências, ou enquanto ninguém descobre. Se possível até mesmo só com a gente, a gente se explica, se justifica, protelando a decisão de mudar para o "dia seguinte".

É pra isso que a "pílula do dia seguinte" existe, para enganarmos a nós mesmos. É como na Torre de Babel: os tijolos no lugar de pedra e o betume fazendo de argamassa, forjando as bases para a nossa ambivalência. Assistimos aquele choro forte, as mãos na cabeça, semblante desesperado que "morre" assim que vem o efeito da pílula dando "vida" à nossa própria fuga. Esse é o retrato de quem sente "apenas" remorso.

O ser humano de uma maneira geral, tem seus mecanismos de compensação, suas "pílulas do dia seguinte", seus escapes, "gatilhos" para os seus desvios. Jesus confrontou o pecado, amando o pecador. Esse amor está disponível para quem quer se ARREPENDER de verdade e não apenas lamentar somente até o próximo abismo. Não há como fugir, tudo "esbarra" Nele. Afinal, Ele é o caminho, a verdade e a vida!

Sem fugas
Andre Luiz

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