terça-feira, 15 de setembro de 2015

A Terceira Casa


  Moro na terceira casa. É inevitável, acabo olhando as duas casas que antecedem a minha. São mais bonitas? Estão deterioradas? São inspirações, às vezes distrações, dessas que nos atrapalham a vida.

  Às vezes a nossa é apenas a terceira casa da rua da vida. Olhamos primeiro para as outras, e quando chegamos até a nossa própria casa o nosso olhar já foi contagiado ou contaminado pelas contemplações do caminho.

   Para definirmos que somos a terceira casa, dependemos do que tomamos como referência. A nossa casa é a primeira casa em que existem as flores que nós plantamos, o cor do portão é a que nós escolhemos. Ela não é a primeira ou última. É a nossa!

  As outras casas do bairro, são dos outros e não nossas. A casa do vizinho estar inacabada não torna a nossa melhor que a dele. Estar mais feia, não faz da nossa mais bonita. 

  Cuide da sua casa. Veja você em cada contorno dela. Veja os reparos necessários. Jogue o lixo fora. Abra as janelas.

  A casa é o seu coração
  André Luiz

  

sábado, 5 de setembro de 2015

Poeira e Poesia

  Pode ser haja muita poeira, mas ainda há poesia. Talvez a poeira cubra tudo aquilo que já foi belo, nos dando um olhar que não encontra mais esperança no que vê.  

  É a poeira o resto do que sentimos, é um pouco daquilo de que nos alimentamos, é o que fica para trás, é o que permanece depois do que acontece. É terrível. 

  Defino a poesia exatamente como a poeira. É o que permanece do que sentimos, é o que nos alimenta, as emoções e sensações que se vão mas ainda nos deixam marcas que chamamos de Poesia. É Maravilhosa!

 Se hoje acordou com vida, mexa-se. Tire a poeira, ela esconde a melhor parte. Cave até encontrar a poesia que existe por trás de tudo. É no poder da poesia que o simples se torna tremendamente especial, a gata borralheira é tornada Cinderela, os divagações da alma se concretizam arrebatando nossos sentidos, e até o profano, torna-se sagrado, dois lábios que se beijam deixando o coração acelerado.

 Pode até haver poeira, mas ainda há poesia!
 André Luiz