segunda-feira, 29 de junho de 2015

O Templo e o Exílio

 
  Durante o Exílio da nossa alma, não há outra opção, temos que aprender a viver sem Templo. Às vezes queremos resumir a nossa vida ao Templo, mas nem sempre a vida nos permite a clausura do tabernáculo. Ninguém escolhe o exílio, é o exílio que nos escolhe e nos coloca em movimento, nele testa-se a nossa Fé, é partir dele que dizemos o que significa Esperança para nós.

  Durante o Exílio os poetas expressam a dor da alma, falamos mais de dentro, deixamos de ser superficiais. No Templo, aprendemos a fazer um papel infalível, ninguém nos reconheceria se nos olhasse por dentro, lá no Exílio de nossas vontades e emoções. 

 Nossa identidade só aparece quando vem o Exílio, é como um casamento que revela que não sabíamos que éramos, é como a paternidade que nos mostra o quanto somos bem parecidos com os nossos pais.

 Exílio não é tempo fácil, mas é tempo de crescimento. Dentro do Templo não sabemos quem é quem, no Exílio porém nascem as maiores expressões e verdadeiras confissões.

  Ano que vem, Lá em Jerusalém
  André Luiz   



  


domingo, 28 de junho de 2015

A Derrota do Amor


  Quem ama, invariavelmente conhece a dor da indiferença, quem ama não o faz apenas quando é correspondido. Na verdade, quem ama não escolhe condições para amar. Ama porque Ama.

  Podemos ter o amor de todas as pessoas, mas só entra na nossa "conta" quando vem de quem a gente se propõe a amar. Por isso dói tanto a amor que deixamos de receber de quem mais esperamos receber.

  Mas... tudo bem, respira-se mais fundo do que o habitual, experimenta-se mais do profundo amor de Deus, é pedagógico, terapêutico, ouso dizer, até divino! 

  O mundo está sofrendo porque falta amor, não estou falando desse amor barato, que compra um perfume do Boticário e se dá por satisfeito. Falo daquele amor que falta quando a gente não presta, daquele amor que a gente precisa quando fazemos tudo errado e não sabemos nem por onde recomeçar, aquele que é luz quando andamos em trevas.

  Há muito julgamento por aí, quem nos diga o que é certo e o que é errado, os politicamente corretos andam à solta, enquanto só quem faz falta é quem resolve cuidar de quem ninguém mais quer, que resolve gostar de quem é intragável.

  Existem poucas oportunidades para se recomeçar, nos tornamos marcados pelos nossos erros e quase nunca pela nossa vontade de acertar. Por favor, tente um pouco mais, faça um esforço, ame o diferente, lute para estender a mão a quem precisa, mas não precisa do seu jeito, mas do jeito que tem que ser.

  Coloque cores vivas no coração de alguém, tire alguém do cárcere das suas emoções, diga palavras que despertem a vida, lancem a flecha da esperança.

  A derrota do Amor acontece quando a gente deixa de ser egoísta e se dispõe a amar o outro, mesmo que isso implique em aparente derrota. Essa é a nossa maior vitória!

 Na Terapia de Cristo 
 André Luiz 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Escrever, Escrever, Escrever..

   Nada é tão eficaz quanto escrever. Ninguém te interrompe, não há quem fale por cima de você. Lê quem quer, reage se quiser. Esse negócio de olhar "olho no olho" pra mim é coisa de maluco, tenho até medo de quem me encare muito.

  Escrevendo a gente põe pra fora o que não cabe dentro, traz alívio do tipo "Pronto, Falei". Nem todo mundo pensa assim, há quem não leia e menos ainda escreva, mas há quem escrevendo semeia em nós palavras que se tornam gotas de vida caindo na alma. 

  Quando a gente escreve, não precisa mostrar a segurança que todos cobram de todos, há espaço pra dúvida, pro medo e fragilidade, é dizer como se sente para ver se ao final se sente melhor! Registra -se um momento, se documenta um sentimento, fotografa-se o interior.

  Não é para tolos, esses se esquivam, nada escrevem para não se comprometer, não tem o que falar porque só falam quando você não está presente, crentes, crentes que ninguém nos conta que você nos mente. 

  Nada tão especial, sempre cai bem, a poesia faz o óbvio ganhar destaque, a vida fica doce como chocolate, até o nada entusiasma, amo escrever!

  André Luiz

  

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Felipe, o Pai está na vida!

Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? João 14:9


  Aonde está o Pai? O caminho por incrível que pareça não percorre vias sobrenaturais, pois Jesus é Deus e Jesus teve um ministério terreno, andou com pessoas, mostrou-nos o Pai e a sua vontade.

 Quem cuida do seu irmão, vê o Pai. Quem ama e perdoa vê o Pai. Quem pratica as Obras do Mestre abraça o Pai, aquele que procura o Pai, o acha na vida, sem nenhuma superstição, longe da religião, perto do ser humano, perto de quem mais precisa.

  Jesus poderia ter destruído quem fosse contra seu ministério, mas morreu pregado numa Cruz de madeira, escolhendo os cravos em suas mãos. Não vamos ver o Pai, tentando defendê-lo mas, sendo suas testemunhas, dizendo como o Apóstolo João "Vimos a sua Glória"! 

  Deus não está longe, o que assusta é que Ele esteja tão perto e não o vejamos! Nas coisas simples, nas grandes e pequenas cenas da vida. Queremos ver o Poder de Deus, mas nem sempre queremos ser participantes das Obras de Jesus. Desprezamos por vezes o ordinário já expresso em Sua Palavra para pleitearmos o extraordinário, pisando na nossa maior riqueza: Seu Sangue derramado.

  Eu vejo o Pai quando cuido de você
  Andre Luiz 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Um Flerte com o Ódio

   Encontrei-me com o ódio um dia desses. Flertamos..  não que eu quisesse, quando me dei conta estava sobremaneira envolvido. O que tinha o ódio de tão interessante para me sentir atraído? 

   Ele tinha os olhos vidrados, a boca tremia, pele vermelha como a de um pimentão, aparência pior não conhecia, até que deixei que ele se apresentasse (como se eu não o conhecesse).

  "Eu sou aquela decepção que você teve há tempos, sou o ressentimento daquele dissabor passado, sou aquela expectativa frustrada, não se lembra? Lembra daquela palavra de derrota recebida? Ali eu nasci, na minha infância recebi a mentira como um presente que não se dá a ninguém, na adolescência fui o amor não correspondido, na fase adulta eu fui a incompreensão, hoje sou velho e me chamo Ódio"

  Naquele momento percebi que o ódio ganhou meu coração porque trouxe emoções não resolvidas, trouxe lembranças ruins não cicatrizadas. Entendi que até o ódio cumpre planos importantes dentro de mim. Não quero mais me aproximar do ódio, para isso, preciso visitar o passado, limpar o leite derramado, lavar a alma, renascer da água e do Espírito.

  Se o ódio bater a minha porta não vou abrir, mas vou saber que existem assuntos pendentes para serem tratados, será como a febre que indica que algo não vai bem dentro de mim. Não sei se aprendi toda a lição, pode ser que eu esbarre em quem ainda não tenha conhecido o ódio e não tenha se resolvido das emoções adoecidas.

  Tenho a sensação firme de que não é por acaso que às vezes o ódio nos assedia. É o grito da alma em busca de socorro urgente. O Clamor do Náufrago dentre as voragens do mar da vida. O ódio não existe para ser sentido, mas para ser compreendido. Assim vamos aprendendo quem somos nós e quem são os outros.

  Tempo de reflexão
  Tempo de Cura
  André Luiz

quarta-feira, 3 de junho de 2015

O Silêncio: A Suprema Linguagem da Fé

 
  Podemos confessar a Fé que temos com palavras, mas o silêncio é ainda maior prova de Fé. Todos sabemos a dor de uma abraço que gostaríamos de ter recebido e não recebemos, quem tem Fé crê que Deus pode suscitar amor no mesmo lugar onde ele parece ter morrido.
  
  As palavras podem denunciar o quanto estamos tristes, todavia é o nosso silêncio que revela o quanto cremos que Deus pode mudar a nossa sorte e colocar um sorriso no nosso rosto que nasça do fundo da nossa alma. 

  O silêncio aparenta covardia, mas é como Maria, que guardou no coração as palavras do Senhor antes que pudesse compreendê-las. O silêncio não é inerte, ele é a certeza de que no momento certo tudo vai para o lugar, e o choro contido dará lugar as mais belas declarações de amor. 

  As palavras dizem o que não queremos dizer por vezes, já o silêncio é a habilidade de não se dizer o que não queremos para que ninguém saia ferido. Afinal, pode ser somente uma tempestade! O silêncio é um voto de confiança em Deus, é a firme convicção de que ainda não chegou o tempo de cantar, a melodia está tocando, na hora certa a canção da vitória vai começar!!

  Em Silêncio, 
  Com muita Fé
  André Luiz