quarta-feira, 20 de junho de 2012

Salvos pela consciência


  É difícil acreditar que seja verdade, mas é raro encontrar alguém em quem se possa dar um abraço. Não chegamos nem aos 40 anos do deserto e já sabemos tudo, não precisamos mais de ninguém, que loucura! Estamos numa selva, longe onde a internet não chega, ninguém visita nossa angústia, ninguém conhece a nossa história, não há tempo de contá-la, não há quem esteja disposto a ouví-la, estão prontos às 15:00 do calvário, mas não será possível sobreviver até lá.
  Temos a pretensão de sermos em cima dos outros, nunca se cogita considerarmos uns, inferiores aos outros, não há medicamento prescrito para esses casos, aliás, não há nada que cure, só vendem o que entorpeça, que vicie e que mate lentamente.
  Deus é Justo, Ele julga como quer e sabe fazer isso melhor que nós. Gostamos de julgar quem quer que seja, só não sabemos que não sabemos julgar nem mesmo a nós mesmos. Somos tudo sobre todos, só não sabemos quem somos. Socorro existe para quem, no auge da sua lucidez abraça Jesus e diz: Não mais vivo eu, Cristo vive em mim!
  Os brancos serão julgados pela forma como se portaram diante da "fragilidade" dos azuis, já os azuis não sabem o que é branco, estão tão longe, que não sabem o que é branco, mas tem consciência de que são azuis e que não podem debotar. O Carmesim chega onde o manual não chega, pois na natureza consta sua Obra mais perfeita, contendo todas as cores, cores que alcançam quem não se alcança. Penso nisso, se tiver consciência chego lá, se não, pago a conta dos azuis. Isso para não se dizer o absurdo, de que não devemos nos preocupar. O que se passa por aquelas bandas é assunto de todos nós. Esse é preço da consciência da liberdade da Verdade em nós. 
 Nós na nossa incerteza, procuramos encerrar nossas idéias num kit de sabedoria que não cabe nem dentro de nós, não cabe na cabeça de ninguém. Ele é eterno, e nós de um tempo em que não se sabe o que é o tempo. Um fio de azeite, um sinal de esperança, que tudo se alcança, sem entender contudo, porque se deva "alcançar", do pináculo para o abismo não há nada para se alcançar.
  Todos voluntários, ninguém indivíduo, todos julgados e identificados como multidão. Ele olha e vê o que não vejo, sabe entender as conjunturas, sabe olhar nossa estrutura e com amor nos ensina parar, parar de querer entender tudo, parar de querer cuspir tudo o que cá dentro mora, tudo tem que ser agora, ninguém "pensa" em esperar.
 É fácil dizer quem é, e quem não é, difícil é afirmar que não sabemos quem somos, e que conhecemos pouco, quem possa nos ajudar. Sou de Jesus, preciso conhecê-lo mais, desaprender a julgar os outros, os povos, as consciências,  o pódio da pedra em pão, glória de ilusão que eu não fique aqui pra contar a história.
 Não tente entender, se esforçe para amar, amar até não entender, amar até só saber amar.


 Salvo pela Graça
Andre Luiz

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